Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Até onde é possível conhecer-se, o aperto de mão teve origem nos primórdios da humanidade em que os homens andavam sempre armados para se defenderem dos animais selvagens e dos inimigos de tribos rivais. O aperto de mão teria surgido assim como um gesto de boa vontade para que os antagonistas demonstrassem que estavam desarmados e que ambos desejavam um relacionamento pacífico.


Vem isto a propósito do gesto de Obama para com Raul Castro na África do Sul, tendo essas imagens corrido o mundo e dado origem às mais variadas interpretações. Se é certo que em termos protocolares a isso estava Obama obrigado, também não deixa de ser verdade que os serviços norte-americanos saberiam certamente como contornar esse obstáculo para evitar o cumprimento, se esse fosse o seu desejo. 

Querendo acreditar que Obama foi sincero e que a sua vontade é a de mudar a política americana em relação a Cuba, poderia começar por libertar de imediato os quatro heróis anti-terroristas cubanos que ele sabe estarem inocentes dos crimes de que foram acusados e condenados a pesadas penas de prisão, ao mesmo tempo que deveria deixar de treinar e financiar as organizações terroristas instaladas no seu país e que se opõem ao governo cubano praticando actos de sabotagem e os mais horrendos crimes que já levaram à morte e à incapacidade de milhares de cidadãos cubanos e de outras nacionalidades. 

Depois, porque o bloqueio económico, financeiro e comercial que já dura há mais de 50 anos nunca atingiu os objectivos para que foi criado, que era o retrocesso da Revolução, deveria simplesmente aboli-lo e iniciar um diálogo construtivo com as autoridades cubanas que sempre estiveram dispostas a discutir qualquer tema, sem restrições e em pé de igualdade entre duas nações soberanas e independentes. 

Mas Obama poderia também cumprir aquilo que prometeu sobre a base de Guantánamo, acabando com o campo de concentração que aí foi instalado e devolvendo aquele território, ocupado há mais de 100 anos, aos seus legítimos proprietários, não se escudando numa Emenda oportunista que tinha por base garantir a independência de Cuba face a Espanha e que hoje já não tem qualquer razão para existir. 

Ao contrário daquilo que a comunicação social divulgou, o povo cubano não é nem nunca foi inimigo do povo americano. Existem divergências sim entre os governos porque têm políticas diferentes quer no plano interno, quer no plano externo, onde Cuba tem estado sempre na primeira linha de ajuda humanitária e de solidariedade para com os mais necessitados, sendo sobejamente conhecidas as suas missões internacionalistas de paz e não de guerra. 

O que opõe o governo norte-americano ao governo de Cuba é uma questão que muitos se interrogam e que sistematicamente fica sem resposta, já que um pequeno país como é Cuba não representa qualquer perigo para a segurança interna da grande potência, a não ser que o receio se deva antes ao reconhecimento do elevado sentido ético, social e moral que Cuba possui. 

Quem tem de mudar as suas políticas face a Cuba é o governo dos EUA, aceitando a soberania de um povo que por muitos sacrifícios que tenha de passar não se verga e quer continuar a ser digno dos seus antepassados e da sua Revolução.

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