Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Quem conhece a realidade cubana e assistiu ao último programa “sexta às nove” difundido pela RTP1 no passado dia 30 e com repetições de algumas partes da peça em noticiários seguintes, ficou certamente revoltado com a linguagem utilizada para descrever a cooperação dos Serviços Médicos Cubanos com o Estado Português, a qual está devidamente contratualizada através de protocolos existentes, com vista a preencher vagas do Serviço Nacional de Saúde que após a abertura de concursos ficaram sem candidatos e se não fossem os médicos cubanos, uma grande parte da população, principalmente a que se encontra em espaços rurais mais afastados dos grandes centros, ficaria sem assistência. Esta é a verdade que o “sexta às nove” omitiu, não se sabendo se a campanha orquestrada é contra o Ministério da Saúde Português ou contra o Estado Cubano, os ainda contra ambos.


Não tenho grandes dúvidas que a vergonhosa reportagem serve perfeitamente a estratégia de um departamento norte-americano ligado à CIA que gasta milhões de dólares num programa que tem por objectivo aliciar os médicos cubanos a abandonarem as suas missões, mas também serve os intentos daqueles que querem destruir um serviço de saúde público para beneficiar o sector privado, explorando vergonhosamente aqueles que com grande sacrifício ainda podem pagar, ou deixando ao abandono quem já não lhes pode dar lucro. 

Como pode o Bastonário da Ordem dos Médicos colaborar com este esquema, quando sabe perfeitamente o que se passa e afirmar que isto é “escravatura”? Nenhum médico cubano vem para Portugal sem que para isso se tenha oferecido, conhecendo os termos do contrato (e existe uma longa lista de pretendentes) e muitos dos que têm vindo querem continuar a missão por mais de um período. Alguém pensa que se não se sentissem livres e satisfeitos isso ocorreria? 

O senhor Bastonário deveria era comparar os gastos com a formação que é pago em Portugal pelo próprio ou pela família, em relação a um médico cubano em que o Estado paga tudo e ainda dá uma mesada ao aluno durante todo o seu percurso universitário para que este não necessite de depender de ninguém e tenha algum dinheiro para uso pessoal. 

Em Cuba não se escolhe tirar um curso de medicina por vaidade ou para ter privilégios especiais, mas sim por vontade própria e por vocação, sabendo-se à partida que o sector da saúde está vedado à iniciativa privada. Por isso, quem desejar ter uma profissão financeiramente rentável terá de escolher uma outra actividade que pode ser menos nobre, mas certamente mais compensadora. 

De acordo com as informações que recolhi, os médicos cubanos que actualmente trabalham em Portugal ficaram tremendamente indignados com o rol de mentiras, estando à disposição da RTP1 para darem o seu testemunho e reporem a verdade. Tenho duvidas é que quem promoveu a peça do “sexta às nove” esteja interessado nisso, pois era preciso compreender que nem tudo se faz por dinheiro e que os princípios valem muito mais que qualquer punhado de euros ou de dólares.

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