Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- De acordo com Eusébio Leal, Historiador da Cidade de Havana, o monumental edifício do Capitólio Nacional que há mais de dois anos foi encerrado ao público a fim de ser submetido a obras de restauro, voltará a abrir as suas portas já em Julho com visitas guiadas por um arquitecto e um restaurador, coordenadas pelo seu Gabinete, que irão mostrar os trabalhos que ainda decorrem no interior deste lugar tão emblemático para Cuba e de grande valor patrimonial.


Com um custo total de quase 17 milhões de pesos (equivalente ao dólar americano) o Capitólio de Havana foi inaugurado em 1929 pelo então presidente Gerardo Machado e ocupa uma área superior a 43 mil metros quadrados (13.484 correspondem ao edifício), sendo considerado uma réplica quase perfeita do que se encontra em Washington. Até ao triunfo da Revolução albergou o Senado e a Câmara de Representantes, passando depois a Academia das Ciências e prevendo-se que no futuro seja a sede da Assembleia Nacional do Poder Popular. 

O colossal edifício contém inúmeros murais e elementos escultóricos, destacando-se a figura em bronze com quase 15 metros e um peso aproximados de 30 toneladas que representa a República, considerada uma das maiores estátuas do mundo debaixo de teto, encontrando-se situada sob a cúpula que atinge os 92 metros de altura e os 32 metros de diâmetro, sendo visível de vários pontos da cidade. 

Na sua construção e decoração original foram usados os materiais mais nobres para a época, mesmo atravessando-se a crise económica internacional dos anos vinte, destacando-se, entre outros, a variedade de 58 mármores de origem nacional e internacional, as ferragens em bronze, as madeiras preciosas e os vitrais.

Uma outra particularidade do Capitólio Nacional é ser considerado o quilómetro zero em relação a todas as estradas do país, representado inicialmente esse ponto, sob a cúpula, por um diamante de 25 quilates que pertenceu ao último Czar Russo Nicolau II. Embora o diamante estivesse protegido por um sólido vidro considerado inquebrável, este foi roubado em 1946 e só no ano seguinte viria a ser recuperado, estando hoje guardado no Banco Nacional por questões de segurança e no seu lugar apenas se podendo ver uma réplica. 

Quem já passou por Havana recordar-se-á deste magnífico e belo edifício, um dos muitos locais obrigatórios para se deixar fotografar junto às suas colunatas ou esculturas exteriores, na própria escadaria ou nos jardins que o rodeiam, partindo daí para descobrir uma cidade repleta de história e de magia onde apetece sempre voltar. 

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