Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Quando Barack Obama pisar solo cubano no próximo dia 20 de Março, será o segundo presidente norte-americano a visitar o país, depois de em Janeiro de 1928 Calvin Coolidge o ter feito, numa ocasião em que Cuba não passava de mais uma colónia onde não se aplicava a Lei Seca e proliferavam os bordéis e os casinos explorados por gangsters mafiosos que aí encontravam todas as facilidades para as suas actividades criminosas.
Sobre a visita de Obama a Cuba já muito se escreveu e continuará a escrever, havendo as mais variadas opiniões e prognósticos em relação ao que se irá passar num futuro próximo, alinhando os optimistas na tese de que será definitivamente levantado o embargo económico, financeiro e comercial, assim como a devolução incondicional do território de Guantánamo ocupado ilegalmente há mais de um século, fazendo eu votos para que tudo isto aconteça, pois só assim será possível a completa normalização das relações entre os dois países.
Embora o Presidente dos EUA esteja certamente bem informado e vá cumprir um extenso programa de três dias, não há como sentir e ver com os próprios olhos uma realidade que muitas vezes é deturpada com o único objectivo de denegrir todas as conquistas que a Revolução já alcançou.
Se Obama for de mente aberta, e nada me faz pensar o contrário, poderá comprovar como funciona o sistema de educação, onde praticamente foi erradicado o analfabetismo e onde o nível escolar de formação superior é dos mais elevados do mundo; poderá comprovar como funciona o sistema de saúde gratuito e universal, onde se dá grande relevo à prevenção e aos cuidados primários, contando com um dos mais baixos índices de mortalidade infantil e onde a esperança de vida se situa ao nível dos países mais ricos e desenvolvidos; poderá comprovar como é dada grande importância na protecção à infância e à terceira idade com instalações próprias e técnicos especializados; poderá, em suma, comprovar como todos os cubanos são pacíficos, alegres e felizes, mesmo com todas as dificuldades por que têm passado, muito por culpa dos sucessivos governos dos EUA que têm tentado asfixiar Cuba, depois de terem perdido a preponderância que exerciam antes de 1959.
Esta visita, que já se pode considerar histórica, surge na sequência das conversações que têm existido entre os dois países e pelo reconhecimento de que Cuba como nação soberana e independente tem todo o direito a definir os seus destinos e o regime em que quer viver, não podendo nem querendo abdicar dos princípios que nortearam a sua Revolução, inspirada em José Marti e dirigida por revolucionários, mas que nunca triunfaria sem o apoio maciço de todo um povo e que por isso a ele pertence.
Como se espera, Obama será muito bem recebido em Cuba, tal como todos os seus concidadãos que antes visitaram a maior ilha do Caribe numa atitude de respeito, onde se cultiva a amizade entre as pessoas e se dá a maior importância à paz entre as nações.